A hipertensão arterial, que atinge de 40% a 50% da população com mais de 40 anos, e as doenças de Alzheimer e Parkinson (a primeira afeta 35 milhões de pessoas no Brasil, e a segunda, 4 milhões pelo mundo) ganharão reforço na prevenção em Piracicaba, após a aprovação pela Câmara de dois projetos de lei complementar do suplente de vereador Paulo Serra (PPS).

A propositura de número 21/2014 institui no município o "Plano de Prevenção e Rastreamento da Hipertensão", voltado à prevenção, ao combate e ao controle da popularmente chamada "pressão alta". O processo consistirá na identificação de indivíduos que apresentem um risco suficientemente mais elevado da doença, que justifique maior investigação ou uma ação direta. "Esta propositura institui o rastreamento para a detecção da hipertensão, bem como ações subsequentes a ela, visando ao acompanhamento e ao tratamento adequado do seu portador e à reorganização do serviço municipal de atenção a essa doença."

O objetivo, reforça Paulo Serra, é detectar precocemente os casos de hipertensão não diagnosticados para desenvolvimento das seguintes ações posteriores: confirmação diagnosticada e início da terapêutica; cadastramento e vinculação dos casos de portadores de hipertensão arterial, uma vez confirmados, aos serviços de saúde para acompanhamento e tratamento; avaliação do impacto da campanha de rastreamento e da implementação das ações subsequentes relativas ao combate e ao controle da hipertensão arterial; e reorganização da atenção à hipertensão por meio da atualização dos profissionais da rede básica, da garantia do diagnóstico e da vinculação do paciente às unidades de saúde para tratamento e acompanhamento, promovendo, assim, a reestruturação e a ampliação do atendimento resolutivo e de qualidade para o hipertenso.

Também aprovado na reunião ordinária desta segunda-feira (13), o projeto de lei complementar 24/2014, assim como o 21/2014, faz acréscimos à lei complementar 221/2008, tornando deveres do município atuar no apoio e na conscientização aos portadores das doenças de Alzheimer e Parkinson, promovendo atividades que visem à integração dessas pessoas em todos os níveis sociais e ao esclarecimento à comunidade em geral quanto às causas dessas doenças e aos tratamentos adequados para elas.

Além disso, também passam a ser obrigações do município abordar os sintomas e as necessidades de apoio familiar e comunitário dos portadores dessas enfermidades; promover seminários e encontros para a troca de experiências e informações entre familiares, responsáveis e demais envolvidos com doentes de Alzheimer e Parkinson; e realizar campanhas educativas que tratem do tema.

De acordo com Paulo Serra, sua proposta pretende reforçar a conscientização e o apoio da população aos pacientes das doenças de Alzheimer e Parkinson, bem como aos seus familiares. "A melhor maneira de ajudar os portadores dessas doenças é aprender tudo o que se puder sobre elas", afirma.

HIPERTENSÃO - Calcula-se que 40% dos acidentes vasculares encefálicos e em torno de 25% dos infartos ocorridos em pacientes hipertensos poderiam ser prevenidos com terapia anti-hipertensiva adequada. A hipertensão é responsável, mesmo sendo assintomática, por complicações cardiovasculares, encefálicas, coronarianas, renais e vasculares periféricas. Para preveni-la e combatê-la, são necessárias mudanças comportamentais, com a adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e a realização de atividades físicas regulares.

ALZHEIMER - A doença de Alzheimer provoca mudanças nas áreas cerebrais que controlam a memória e o raciocínio, razão pela qual o paciente da doença tem dificuldade para ter uma vida normal. A dificuldade se torna ainda maior tendo em vista que as causas do desenvolvimento da doença ainda não são totalmente conhecidas pela medicina. Algumas pesquisas enfatizam um componente hereditário, outras falam de alguma virose, contudo não se sabe ao certo qual seria a causa da doença de Alzheimer, diz Paulo Serra.

"Muitos estudos sugerem tratar o Alzheimer bem cedo, logo que sejam percebidos os primeiros sinais, pois isso pode retardar a evolução da doença. Detectá-la precocemente dará mais tempo para planejar a vida e os cuidados que a pessoa necessitará ao longo dos anos seguintes. Segundo o Instituto de Alzheimer do Brasil, cerca de 35 milhões de pessoas sofrem com o problema, e o mais alarmante é que a metade não sabe. Atualmente, ela não tem cura, mas cuidados apropriados podem ajudar de forma proficiente a pessoa com Alzheimer a viver com mais conforto", comenta Paulo Serra.

PARKINSON - A doença de Parkinson é caracterizada pela morte dos neurônios que produzem a dopamina, substância responsável pelo controle da coordenação motora e dos movimentos voluntários no corpo humano. Da mesma forma que a doença de Alzheimer, mesmo com as várias pesquisas que são feitas em todo o mundo, as causas da morte dos neurônios ainda são desconhecidas.

A doença de Parkinson ataca o cérebro e provoca tremores e dificuldades para caminhar, movimentar-se e coordenar-se. Desenvolve-se mais frequentemente depois dos 50 anos. Atinge cerca de 4 milhões de pessoas no mundo, com estimativas de esse número dobrar até 2040. Os sintomas que a caracterizam são os tremores intensos e a rigidez muscular; porém, a intensidade e a região afetada por eles variam de acordo com o estágio da doença em que o paciente se encontra.