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07 DE OUTUBRO DE 2015

Mesa-redonda destaca pioneirismo de Piracicaba na criação do fanzine


Pedro Cruz abriu evento na Unimep e citou o Dia Municipal do Fanzine, de sua autoria



EM PIRACICABA (SP)  

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Alunos dos cursos de jornalismo e design gráfico acompanharam evento

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Considerada a nona arte entre as manifestações artísticas, a linguagem das histórias em quadrinhos fascina pessoas pelo mundo. Piracicaba também guarda o pioneirismo neste gênero e é conhecida pelo lançamento do primeiro fanzine nacional, o Ficção, produzido em 12 de outubro de 1965 por Edson Rontani (1933-1997). Passadas cinco décadas deste marco, o vereador Pedro Cruz (PSDB) conquistou, por meio de decreto legislativo aprovado na Câmara, o Dia Municipal do Fanzine, com eventos anuais para debater e expor a importância das “fanatics magazines”. A primeira iniciativa aconteceu nesta quarta-feira, 6, com mesa-redonda no campus Taquaral da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba).

Os fanzines (ou zines, para os aficionados) são publicações feitas por pessoas e para as pessoas que gostam de um tema comum, sejam amadoras ou profissionais. As revistas autorais, geralmente de caráter artesanal, podem ser produzidas em diferentes linguagens, temas e formatos. Advogado de formação e funcionário público, Rontani militou na imprensa local nas mais diferentes funções, além de ser artista plástico, escultor, jornalista e radialista. Ele é muito conhecido na cidade pela criação do Nhô Quim, mascote do XV de Novembro.

Edson Rontani Júnior, jornalista e filho do criador do primeiro fanzine, foi um dos convidados para a mesa-redonda Fanzine: um Mundo de Muitas Histórias e Quadrinhos, que teve ainda o cartunista Érico San Juan, o ilustrador e quadrinista Rafael de Latorre e o doutor em ciências da comunicação Gazy Andraus. A mediação esteve aos cuidados de Camilo Riani, coordenador do Salão Universitário de Humor e professor do curso de design gráfico da Unimep.

O vereador Pedro Cruz (PSDB) falou aos alunos dos cursos de jornalismo e design gráfico sobre o que lhe motivou a apresentar o projeto de decreto legislativo 57/2014, aprovado pela Câmara em 2 de fevereiro. “O meu mandato está muito ligado à valorização das manifestações artísticas e, especialmente ao propor o Dia Municipal do Fanzine, quer resgatar o papel de Piracicaba na história, além de despertar o interesse das novas gerações”, contextualizou o parlamentar. O objetivo, lembrou ele, é ampliar as atividades em 2016, por meio de parcerias, como aconteceu desta vez com a Faculdade de Comunicação e Informática, Salão Universitário de Humor e Agência Escola.

Segundo Rontani Júnior, pesquisadores de países como França, Portugal e Reino Unido reconhecem o pioneirismo de Piracicaba. O fanzine Ficção foi produzido com mimeógrafo a tinta e a álcool, com editoração em stencil. As primeiras edições faziam uma espécie de mapeamento sobre os quadrinhos lançados no país, entre 1900 e 1965. Seu pai “imprimiu” 300 exemplares, selados e grampeados em envelope, e enviados pelos Correios. Ao todo foram 12 edições, com periodicidade incerta, enviadas aos amantes dos quadrinhos. “Sua intenção era se comunicar com as pessoas. Entre os destinatários estavam Maurício de Souza, que frequentou nossa casa na rua Alferes José Caetano, Lídio Aragão, Jô Soares, José Mojica Marins e muitos editores e publicadores.”

O cartunista Erico San Juan lembrou que o trabalho de Edson Rontani era referência na cidade muito antes da fundação do Salão de Humor. A definição utilizada por ele foi de “um artista multimídia, que montou uma rede social antes do surgimento da internet”. O artista também apresentou parte de sua produção artística relacionada ao assunto e disse que o fascínio dos fanzines está na possibilidade de experimentação e a liberdade de criação.

Ilustrador e quadrinista responsável pela ilustração da HQ Fade Out: Suicídio sem Dor, Rafael de Latorre apresentou suas produções recentes e destacou as oportunidades disponíveis no mercado para os que desejam se dedicar profissionalmente às histórias em quadrinhos, incluindo editais lançados por órgãos públicos.

Já Gazy Andraus lembrou que a Gibiteca de Santos, localizada no Boqueirão, presta homenagem aos 50 anos do fanzine Ficção nos fins de semana de outubro. O local abre nesta sexta-feira, 9, uma exposição de fanzines e irá incentivar os produtores a expor ou trocar suas obras, além de receber doações. Andraus disse haver uma “brecha” na legislação brasileira que poderá facilitar a criação do Dia Nacional do Fanzine. A intenção é sensibilizar senadores e deputados para a importância da data no país.



Texto:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Cultura Pedro Cruz

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