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22 DE FEVEREIRO DE 2019

Mãe lamenta falta de transporte adequado a filho com deficiência


Daniela Aparecida Franco ocupou a Tribuna Popular na noite desta quinta-feira.



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Leandro Trajano Salvar imagem em alta resolução

Daniela ocupou a Tribuna Popular na noite desta quinta-feira






Daniela Aparecida Franco, popularmente conhecida como Dani do Docinho, compartilhou parte de suas dificuldades como mãe ao ocupar a Tribuna Popular na noite desta quinta-feira (21), durante a 6ª reunião ordinária. Ela lamentou o não fornecimento por Prefeitura e Estado de transporte gratuito adequado para seu filho com deficiência. Sem essa opção, Daniela tem que acompanhar de ônibus coletivo o jovem de 12 anos nos deslocamentos que ele precisa fazer.

"Meu filho nasceu prematuro e, como tem a imunidade baixa, não poderia ficar no meio das pessoas e não deveria ir de ônibus, mas no transporte de carro para o tratamento. Fiquei muito triste em saber que não oferecem isso na cidade. Eu sofri muito com ele, pois, se tivessem oferecido transporte que viesse buscá-lo na minha casa para levar ao tratamento, ele não teria sofrido tanto nem ficado internado. Ele sofreu muito e isso causou em mim uma grande ferida", desabafou.

A criança estuda na Escola Estadual "Dr. Jorge Coury", na Chácara Nazareth. "É difícil levá-lo de ônibus quando está chovendo. O meu pé não tem importância molhar, mas e o dele? Por que não oferecem o transporte? Não é só o meu filho que passa por isso, existem muitas mães com filhos deficientes que pagam para levá-los ao Centro de Reabilitação e à Apae. Algumas ficam esperando as crianças saírem da escola para virem embora, olha quanto tempo! É uma injustiça!"

Daniela contou que é em torno de R$ 30 o ganho que tira, por dia, com a venda de doces pelas ruas. "Fico muito triste por não ter uma boa condição para dar ao meu filho, me sinto desamparada. Deixo-o na escola e fico vendendo a minha balinha para ter o meu ganho, é o dinheiro só do transporte, o dia inteiro, no sol quente. Muitas vezes fico sem comer, sem beber água."

Ela lamentou a falta de oportunidades de emprego na cidade. "Sou uma mãe que quero dar o melhor para o filho. Não quero nada de graça. Quero as coisas com o meu suor, com o meu emprego, para dar o melhor para o meu filho. Lutamos muito para crescer na vida, mas as pessoas não colaboram, parece que não nos enxergam. O município e o Estado não acolhem, não abraçam verdadeiramente. E ficamos vivendo essa vida...", concluiu.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Imagens de TV:  TV Câmara


Tribuna Popular

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