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20 DE DEZEMBRO DE 2017

José Mariano evoca martírio contra o preconceito e defende Memorial


Criação do Memorial Afro-brasileiro, na praça Tibiriçá, no entorno da Escola Estadual Moraes Barros visa o resgate histórico sobre o Cemitério dos Escravos



EM PIRACICABA (SP)  

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Quem passou pela praça Jorge Tibiriçá, no entorno da Escola Estadual Moraes Barros, na manhã desta quarta-feira (20), às 9h00 pôde acompanhar mais uma manifestação do provedor da Irmandade de São Benedito de Piracicaba, José Mariano (82), que relembrou manifestação que fez há sete anos, quando ficou acorrentado, num ato simbólico, ao dobrar os joelhos, enquanto os sinos da Catedral de Santo Antônio ecoaram nove badaladas para registrar o horário daquela manhã, arrancando lágrimas de diversas pessoas, principalmente da terceira idade, que compreenderam o sentido de martírio a que se dispôs o líder negro, que num gesto simples falou por mais de mil palavras.

Na manhã de hoje, nas dependências da praça Tibiriçá, José Mariano concedeu entrevistas aos principais meios de comunicação de Piracicaba, na apresentação de esboço de projeto da construção de uma Capela, que será edificada mediante parceria com a prefeitura, entidades civis e apoio da população em geral, reforçando a criação de um Memorial Afro-brasileiro no local. A obra será edificada na parte do terreno com direção à rua do Rosário, rente ao muro que divide o fundo da Escola Moraes Barros.

Segundo Mariano, no testamento deixado pelo Barão de Rezende é mencionado que as terras destinadas aos negros, na construção da Capela e do Cemitério tinham 20 braças - antiga medida de comprimento, equivalente a 2,20 metros, que apesar de antiga, atualmente ainda é usada e compreendida por muitos trabalhadores rurais e outras pessoas envolvidas com o meio rural.

O presidente da Câmara, Matheus Erler (PTB) tem acompanhado a trajetória de luta de José Mariano na defesa do legado em torno da Irmandade de São Benedito de Piracicaba. O parlamentar informou que acionará o Departamento de Documentação e Arquivo, sob a direção de Fábio Bragança para se inteirar dos registros que demonstram a existência de vestígios sobre o Cemitério de Escravos na praça Jorge Tibiriçá.

A consideração é que Piracicaba foi a terceira cidade no Estado de São Paulo, com o maior número de escravos, 5.663, depois de Campinas e Bananal, no Vale do Ribeira. "Naquela época era muito escravo, quando morriam eram enterrados nesta praça", disse José Mariano.



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939


Cidadania Matheus Erler

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