14 DE AGOSTO DE 2019
Palestra, na Escola do Legislativo, foi conduzida pela cientista política Juliana Fratini.
Evento foi direcionado a assessores que lidam com comunicação pública
A representatividade nas redes sociais e a influência de ações de marketing em campanhas eleitorais foram abordadas pela cientista política Juliana Fratini em evento oferecido pela Escola do Legislativo nesta quarta-feira (14).
A palestra, dividida em duas partes, abordou conceitos relacionados ao uso de redes sociais por figuras políticas em campanhas e apresentou exemplos de ações de marketing positivas e negativas de candidatos em período eleitoral.
Para explicar como funciona a representatividade em redes sociais, Juliana abordou três representações. A primeira, de Bernard Manin, na qual há três tipos de democracia: notáveis, de partidos e de público/auditório, que são fatores que trabalham fortemente nas redes sociais cuidando das imagens que são expostas.
Em seguida, Juliana citou o escritor Guy Debord, que criou o termo "sociedade do espetáculo" como crítica ao que seria a representação da realidade, segundo ele. Por último, Erving Goffman foi apresentado como a conscientização do "eu da vida cotidiana", isto é, a fachada criada nas redes sociais para apresentar apenas o que favorece quem utiliza a ferramenta. "Desenvolvemos isso para nos relacionarmos socialmente. É o que nos protege", disse a palestrante.
A teoria de comunicação de Jürgen Habermas, sociólogo e filósofo, na qual a própria comunicação é vista como meio para o sucesso, gerando as estratégias e o consenso, também foi discutida. Juliana citou os números de curtidas em eleições e como elas criam mais interações online do que offline. "As 12 mil curtidas em uma eleição", por exemplo, "devem ser levadas à comunidade. Você precisa fazer o eleitor votar em você de verdade", observou.
A cientista política defendeu que um vereador ou qualquer figura pública têm o direito de expressar sua opinião durante o exercício do mandato e na circunscrição do município.
A palestrante também falou sobre a influência dos gestos corporais e da utilização de elementos visuais no engajamento das redes sociais de um candidato político. Segundo ela, é importante divulgar imagens que mostrem de forma positiva o engajamento do candidato com a campanha e que representem a identidade visual de seu partido.
Juliana também apontou o uso de dados positivos relacionados a reivindicações do candidato e de hashtags como ações importantes para a melhora da interação entre as pessoas e as redes sociais do candidato.
O evento também contou com a presença da vereadora Nancy Thame (PSDB), diretora da Escola do Legislativo. "Não existe poder além do Legislativo para dialogar e abrir a Casa de Leis. Recebemos líderes que têm uma sabedoria de vida", disse a parlamentar, na abertura do evento.