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13 DE MAIO DE 2020

Especialistas listam parâmetros para avaliar risco de queda de árvores


Ciclo de palestras sobre árvores urbanas teve conteúdo apresentado pela engenheira florestal Isabela Guardia e pelo engenheiro agrônomo Demóstenes Ferreira da Silva Filho



EM PIRACICABA (SP)  

Aula foi transmitida pela internet

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A necessidade de avaliação permanente das condições de árvores em ambiente urbano foi defendida por dois especialistas em mais uma etapa do ciclo de palestras "Silvicultura urbana: plantar, avaliar e manejar", oferecido gratuitamente pela Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba.

A aula foi transmitida ao vivo pela internet, na tarde desta quarta-feira (13), e acompanhada por cerca de 60 pessoas, previamente inscritas para acessar a sala de reunião da plataforma virtual Zoom. A vereadora Nancy Thame (PV), diretora da Escola do Legislativo, destacou a participação novamente de "um grupo grande de interessados de diversos Estados".

Ela lembrou os alunos que, caso alguém tenha perdido uma das aulas já realizadas (o curso abordará nove temas, no total), todo o conteúdo por ser revisto, na íntegra, no canal da Escola do Legislativo no YouTube.

Ao longo de 2h30, Isabela Guardia, engenheira florestal e mestra em silvicultura urbana, e Demóstenes Ferreira da Silva Filho, engenheiro agrônomo, mestre e doutor em produção vegetal, apresentaram conteúdos complementares sobre métodos de avaliação de risco de queda de árvores urbanas.

Isabela observou que as árvores lidam com diversas situações adversas no meio urbano, como ilhas de calor, alteração de pluviometria, concentração de poluentes e composição do solo. Por isso, continuou, "é importante dar condições para que possam se adaptar a esse meio e cumprir sua função".

"Um dos elementos negligenciados são as árvores que oferecem diversos serviços ecossistêmicos e, de forma direta e indireta, atuam no nosso bem-estar em um ambiente urbano tão hostil. Elas estão sujeitas a desgastes, falhas e quedas, que geram riscos às pessoas; uma forma de diminuí-los seria com a avaliação das árvores", disse a engenheira florestal.

Ela fez uma defesa enfática desse aspecto. "A avaliação permite prevenir possíveis danos, com aumento da segurança e dos serviços ecossistêmicos, e gera maior valorização da floresta urbana por parte das pessoas. Quanto mais avaliamos, mais interesse geramos em avaliar e maior valorização das árvores urbanas nós temos", refletiu.

A avaliação, prosseguiu, além de servir para a identificação de potencial perigo, fornece fundamentos para a tomada de ações que visem ao aumento da segurança: começa pela análise da árvore como um todo, passando pela avaliação visual até chegar ao emprego de equipamentos eletrônicos não destrutivos, como exames de tomografia.

Isabela destacou que a avaliação previne acidentes: "Se uma árvore gera dano a uma pessoa, foi uma falha na gestão, e ele poderia não acontecer se observado a tempo". Ela defendeu que as árvores, por fazerem parte da infraestrutura urbana, "deveriam ser tratadas como tal" e rechaçou a ideia disseminada de que são as raízes que geram rachaduras nas calçadas.

"As raízes não danificam ativamente o calçamento. O que acontece é que existe um desgaste natural do pavimento e, num canteiro restrito, as raízes vão tentar encontrar todas as rachaduras possíveis onde haja água e oxigênio. Quando o cimento finalmente cede, as pessoas acham que foram as raízes que quebraram, quando na verdade a calçada sofreu um desgaste natural."

Isabela chamou a atenção para os cuidados com as raízes, que estão por trás da maioria das quedas de árvores e, diferentemente do que imagina o senso comum, não se recuperam de uma poda como a parte área. "Elas não têm essa capacidade." A engenheira florestal deu, ainda, exemplos de como uma raiz se comporta num espaço livre e num limitado: uma árvore plantada dentro de um cano ou uma manilha (com a ideia de que conterão a expansão das raízes) vai, quando crescer, perder sustentação e tombar. 

Na sequência, Isabela relacionou o conceito de valoração monetária de uma árvore, que considera os benefícios propiciados por ela (serviços ambientais, conforto térmico, estética, biodiversidade, menor poluição atmosférica), à avaliação do risco de queda, que leva em conta os prejuízos potenciais (eventual falha ou queda, danos ao patrimônio, perigo às pessoas). Se o valor monetário de uma árvore for maior ou igual ao risco de queda dela, a decisão a ser tomada deve ser por seu manejo e manutenção; se for menor, deve-se optar por sua remoção e substituição.

Demóstenes complementou o conteúdo trazido por Isabela com conceitos técnicos e tabelas de cálculos para a construção de indicadores de risco, com níveis de análise que levam em conta inventários das árvores urbanas. Ele ilustrou suas falas com casos de lugares como São Paulo (SP) e Florianópolis (SC), sempre por meio de mapas ilustrados.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Escola do Legislativo Nancy Thame

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