Segundo o Conselho Municipal de Saúde, 30% dos usuários não comparecem às consultas agendadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Piracicaba. Pensando em uma forma de diminuir essa porcentagem, a entidade criou a campanha "Quem usa cuida", que tem como objetivos conscientizar a população e incentivar a reativação da Comissão de Saúde dos bairros da cidade. Na noite desta quinta-feira (21), o projeto foi apresentado ao presidente da Câmara, Matheus Erler (PTB), e aos vereadores Pedro Kawai (PSDB), Ronaldo Moschini (PPS) e Ary Pedroso Jr. (SD).

Segundo o presidente do conselho, Milton Costa, cuidar do sistema público não é papel apenas dos servidores, mas também dos usuários. "Nosso objetivo é articular uma forma de utilização mais saudável das unidades básicas. Eu não aceito mais a crítica sem propostas de ajuda", comentou.

Além da conscientização, a campanha incentiva a reativação da Comissão de Saúde dos bairros. Formada por oito membros, a comissão precisa ter representantes da comunidade e dos funcionários dos postos, eleitos por voto, e da Prefeitura, indicados pela Secretaria Municipal de Saúde.

Direito garantido pela Constituição Federal, a comissão tem como deveres acompanhar e avaliar os serviços, divulgar os serviços de saúde existentes, conhecer os funcionários da unidade de saúde e a escala de trabalho, elaborar parecer e propostas para a melhoria dos serviços, participar na elaboração do orçamento, acompanhar as prestações de contas da área da saúde e fazer contatos e reuniões com outras instituições prestadoras de serviços de saúde e com autoridades.

Com oito comissões já formadas, o objetivo é permitir que os membros recebam a certificação do Legislativo piracicabano. Para o presidente da Câmara, a ação vai valorizar e dar credibilidade para o papel da comunidade. "É fundamental que eduquemos a população piracicabana para que participe do diálogo com o Poder Público. A comunidade é papel essencial para a construção de uma cidade com menos desigualdades e problemas sociais, principalmente quando falamos de saúde", comentou Erler.

Além da divulgação da campanha, o conselho relatou problemas com arrombamento e vandalismo nos Programas de Saúde da Família. De acordo com Inez Machado de Lima, segunda-secretária do conselho, só na unidade do Itapuã I seis arrombamentos já aconteceram. "O grande problema é o vandalismo. Nesses arrombamentos, muitos medicamentos são perdidos. Na última invasão, 50 mil vacinas foram perdidas", explicou.