10 DE NOVEMBRO DE 2017
Vinda do encontro para a cidade foi provocada pelo vereador André Bandeira
Evento do Governo do Estado de São Paulo já percorreu 66 municípios
Piracicaba recebeu nesta sexta-feira, 10, a 8ª Caravana da Inclusão, Acessibilidade e Cidadania, promovida pela Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com apoio local da Semdes (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social). O vereador André Bandeira (PSDB) esteve na abertura dos trabalhos, na Secretaria de Educação, como representante da Câmara.
André Bandeira explicou que a necessidade de a Caravana da Inclusão estar na cidade foi captada pelo seu mandato, que consultou a chefia de gabinete da Prefeitura sobre a possibilidade de trazer o evento, já que a exigência do Governo do Estado de São Paulo é que a organização fique a cargo dos poderes Executivos em cada município.
Embora num primeiro momento tenha ocorrido a negativa, em função da falta de recursos, o evento acabou se concretizando via Semdes (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social). “A Caravana só está na cidade por uma intervenção nossa. Cumprimento a secretária Eliete Nunes, por ter viabilizada a vinda do evento, e a secretária Angela Corrêa, por abrir o espaço da Secretaria de Educação.”
O vereador informou que a Caravana da Inclusão colabora para a conscientização da sociedade e para o fortalecimento das políticas públicas nos municípios. “Piracicaba tem mais de 45 pessoas com algum tipo de deficiência, por isso é importante incluirmos essas pessoas em nosso dia a dia”, disse Bandeira, que falou ainda dos desafios locais: “vivemos numa cidade de 250 anos, que nasceu e cresceu sem planejamento voltado para a acessibilidade. Não se faz mudanças em um, dois ou dez anos. Muito já foi feito, mas ainda há muito o que fazer”, disse.
Para o prefeito Barjas Negri (PSDB), a principal contribuição da caravana é para o debate sobre as políticas públicas, mas é preciso que a sociedade esteja disposta à participação. O chefe do Executivo disse uma das discussões que precisa ser levantada é sobre as formas de financiamento para as adequações de edificações, uma vez que os municípios sofrem cada vez mais com a arrecadação e cortes significativos do Governo Federal.
Sobre a acessibilidade em Piracicaba, o prefeito destacou a dificuldade de tornar acessíveis os prédios públicos antigos. Além disso, Barjas trouxe como exemplo a necessidade de adaptar calçadas com piso tátil e de colocação de semáforos para pessoas com deficiência visual. “Evidentemente, sabemos que os problemas não podem ser resolvidos a curto prazo”, declarou.
Responsável pela palestra Direitos e Atuação em Rede, o secretário adjunto da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Luis Carlos Lopes, disse que esta edição da Caravana tem como missão provocar a sociedade a se apropriar do Ministério Público nos momentos em que existe a omissão dos órgãos públicos. “Muitas vezes, o Executivo fica acuado, se sente pressionado pelo MP e pela Defensoria Pública. O que queremos demonstrar é que esse aparente embate é o que garante avanço para os dois lados.”
Segundo ele, são quase 46 milhões de pessoas com deficiência – a partir de contagem do Censo de 2010. No Estado de São Paulo, esse público é de 9 milhões e na capital paulista são 3 milhões. Dos 645 municípios paulistas, apenas 60 contam secretarias ou coordenadorias para as pessoas com deficiência. “A nossa secretaria tem uma função transversal, ou seja, não executa diretamente a política, mas faz o contato com os órgãos estaduais da Saúde e Educação, por exemplo, para articular soluções conjuntas das demandas em cada área.”
A Caravana da Inclusão já percorreu 66 municípios paulistas, somando 20.500 participantes. O calendário em Piracicaba é desenvolvido com os municípios de Cruzeiro, Ipaussu, Barretos e Ibiúna.